[Abstract]
Este artigo objetiva traçar a trajetória e apresentar uma explicação para a manutenção do sistema eleitoral utilizado para a eleição da Câmara Federal, a representação proporcional de lista aberta, no âmbito da ANC 1987-8. Este arranjo institucional, juntamente com outros, como o presidencialismo, era e continua sendo apontado como um obstáculo para o estabelecimento e consolidação da ordem democrática no Brasil. Visto que o ímpeto reformista permeou em grande medida o processo constituinte, abarcando também os aspectos institucionais, cabe indagar as razões que explicariam a manutenção do sistema eleitoral. Nossa conclusão, baseada nos argumentos levantados, nas votações ocorridas e nos textos aprovados, aponta para uma situação não intuitiva: afirmamos que a “não-mudança” ocorreu por decisão estratégica de atores políticos comprometidos com reformas, com vistas a minimizar resistências a outras questões tidas como prioritárias, principalmente o parlamentarismo.
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